quinta-feira, 16 de outubro de 2014

DICAS DE VIAGENS PELO BRASIL - SANTA CATARINA

BLUMENAU Vila Germânica é o palco tradicional da Oktoberfest em Blumenau (SC) Tradição alemã faz de Blumenau destino cultural A cidade de Blumenau, em Santa Catarina, celebra a cerveja e a cultura alemã durante todos os meses do ano. Em outubro, com a primavera a postos, a alegria ganha ares de Carnaval, com duas semanas e meia de duração: tem muita música, dança, bebidas e comidas típicas desfilando na Oktoberfest, a maior festa brasileira da cerveja. Localizada a 140 km de Florianópolis, numa paisagem de morros de intenso verde, Blumenau foi fundada por imigrantes alemães em 1850. Leva o nome de Hermann Blumenau, que estabeleceu a colônia nas margens do rio Itajaí-Açu. A cultura germânica é a mais visível, em especial na gastronomia e na arquitetura de estilos enxaimel ou alpino, mas também os italianos deixam a sua marca na região desde 1875. A fórmula das cervejas de fabricação artesanal é cultuada pelos mestres-cervejeiros locais, em especial na observância da Lei de Pureza, a Reinheitsgebot, instituída na Baviera em 1516. Usa-se apenas água, lúpulo, fermento e malte (de cevada ou trigo) para fabricar a cerveja. Em qualquer época do ano, Blumenau se apresenta como uma escola para degustar as diferenças entre as famílias lager e ale, descobrir as graduações de amargor e doçura, aprender que uma cerveja que harmoniza com charutos e defumados será tostada, mas não frutada. Para acompanhar a bebida, tem aqueles nomes de pronúncia difícil nos cardápios, como knackwurstchen mit sauerkrat und salat (salsichão com chucrute e salada) e pfeffersteak (filé grelhado com molho de pimentas). Felizmente dá para pedir o prato mais típico em língua portuguesa mesmo: marreco recheado. Equipada para períodos de festas importantes, a rede hoteleira é eficiente. Dois museus se destacam entre as atrações culturais: no Museu da Família Colonial, as vigas de madeira do estilo enxaimel não são apenas decoração nas paredes, como em fachadas estilizadas da Vila Germânica e da rua 15 de Novembro, mas parte de uma estrutura complexa de encaixe e sustentação. No Museu de Ecologia Fritz Muller, o contato é com o legado de um importante pesquisador alemão, naturalizado brasileiro, um dos primeiros a sair em defesa da teoria da evolução de Charles Darwin, com quem ele se correspondia desde o Sul do Brasil. Pólo da indústria têxtil e de informática, Blumenau incentiva o contato com a natureza em parques como o Spitzkopf, o Parque das Nascentes e o Parque Aquático Recanto dos Anjos, providenciais nos meses abafados do verão. Também são muitos os mirantes para as curvas do rio Itajaí-Açu, que nasce na Serra do Mar e banha 45 cidades antes de encontrar o oceano. A partir de uma enchente do rio, aliás, e da necessidade de arrecadar fundos para os desabrigados, nasceu a Oktoberfest, em 1984, inspirada na festa de Munique. Ao longo dos anos, o bom humor dos moradores inventou para os desfiles engenhocas como a Centopéia, uma bicicleta de vários módulos, e o capachope, capacete que armazena a bebida em garrafas e a leva até a boca do bebedor por finas mangueiras. Em tempo: em Blumenau, caneco de chope é de estimação, ele fica preso ao corpo por um tirante. Afinal as festas são para dançar, pular, cantar, comer, abraçar, e não para deixar um caneco perdido e sozinho por aí. PRAÇA HERCÍLIO LUZ Nas margens do rio Itajaí-Açu, esta é uma das áreas de convivência mais antigas da cidade, embelezada por jardins e árvores centenárias. Ali estão o Marco dos Primeiros Imigrantes e espaços que cultuam a memória da imigração alemã, como o Museu da Cerveja, visitado por centenas de turistas, diariamente, e o Biergarten (Jardim da Cerveja). No monumento ao lado da rua 15 de Novembro, uma placa apresenta o perfil do Dr. Hermann Blumenau (1819-1899), o farmacêutico fundador da cidade. Ele voltou para a Alemanha e morreu lá. E basta atravessar a rua 15 de Novembro, antigamente conhecida por Wurstrasse (Rua da Lingüiça), para visitar a Fundação Cultural Blumenau. No casarão que abriga o Museu de Arte de Blumenau funcionou a sede da Colônia de Blumenau, a partir de 1875. CASAS E PRÉDIOS EM ESTILO ENXAIMEL CANECOS DE CHOPPE A variedade dos modelos e tamanhos de canecos de chope disponíveis nas lojas de Blumenau tende ao infinito. Existem peças de vidro, de cristal, de porcelana, de metais leves, como aço inox, ilustradas com elementos típicos da maior festa brasileira da cerveja ou com símbolos e paisagens da Europa, de onde veio a inspiração para a Oktoberfest e outras celebrações gastronômicas da região do Vale Europeu de Santa Catarina. Dá para investir uma pequena fortuna inclusive canecos de luxo, com ou sem tampa, cujos preços variam de R$ 200,00 a R$ 800,00. Na Alemanha, que popularizou os biergarten (jardins da cerveja) ao ar livre, nos parques de cidades como Munique, a função da tampa sobre o caneco não é manter a temperatura gelada, mas proteger a cerveja de folhas caindo das árvores. Lojas de souvenirs e artesanato do centro de Blumenau e do Parque Vila Germânica, abertas o ano inteiro, vendem peças feitas com materiais nobres como fios dourados ou estanho. MUSEU DE ECOLOGIA FRITZ MULLER “Ele era amigo do Darwin”, diz o taxista em Blumenau antes de seguir para o Museu de Ecologia Fritz Müller. Nascido na Alemanha e emigrado para Santa Catarina, Fritz era doutor em Filosofia, com formação em Medicina também, e se tornou amigo do cientista inglês Charles Darwin da forma como era possível ser amigo de alguém distante no século 19: por cartas. Desde Santa Catarina, Fritz Muller enviou várias de suas pesquisas sobre a fauna e a flora da Mata Atlântica para Darwin e foi um dos primeiros naturalistas do mundo a apoiar publicamente a então bombástica Teoria da Evolução. A história da correspondência está melhor contada no livro Dear Mr. Darwin, de Cezar Zillig, publicado em 1997. Foram 29 cartas dele para Charles Darwin, e também um livro publicado para incentivar as pesquisas de A Origem das Espécies. O livro de Darwin saiu em 1859, o de Muller, intitulado Für Darwin, cinco anos depois. O museu foi fechado devido às enchentes de 2008 e reabriu em 2012 sem grandes melhorias. O acervo é modesto e vale mais pelo valor histórico da biografia de Fritz Müller, que faleceu em Blumenau, aos 75 anos, em 1897. Nascido na Alemanha em 1822 e naturalizado brasileiro, ele trabalhou como agricultor, professor, juiz e pesquisador viajante para o Museu Nacional do Rio de Janeiro. Foi pai de nove filhas. Cursou Medicina na Alemanha, mas não colou grau por recusar a menção a Deus no juramento. O museu tem coleções de animais empalhados, insetário, objetos dos índios xokleng, répteis conservados em meio líquido e jardins em que ainda vivem uma caramboleira e uma palmeira plantadas pelo ilustre morador. Segundo registra o biógrafo Moacir Werneck de Castro, na hora da morte o cientista delirava com bromélias.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

DICAS DE VIAGENS PELO BRASIL - TOCANTINS

PALMAS Fundado em 1998, o Parque Cesamar possui vegetação típica do cerrado, um lago formado pelas águas do córrego Brejo Comprido, áreas para descanso, playground, pista para caminhadas e uma trilha ecológica com 2 km de extensão, em Palmas Natureza é o grande atrativo da região de Palmas, em Tocantins É inevitável deixar de comparar Palmas, localizada no norte do Brasil, com outras capitais planejadas do país. Avenidas cortadas por rotatórias e trânsito disperso; sol forte e castigante que esvazia, durante o dia, as calçadas largas das principais vias; ruas com extensos nomes alfanuméricos que costumam confundir quem vem de fora; e concentração de edifícios públicos em uma mesma região. Qualquer semelhança com Brasília ou Boa Vista não é mera coincidência. É pura questão de planejamento. Fundada em 1989 como a capital do mais novo estado do Brasil, a caçula brasileira parece não ter tido tempo desde então para se entregar ao setor turístico. Sua preocupação ainda é criar uma história e uma identidade próprias que deem uma cara a essa cidade que, assim como todo o Tocantins, um dia pertencera a Goiás e que surgira como resultado de um antigo movimento separatista encabeçado por um povo insatisfeito com a falta de recursos e investimentos naquele distante norte goiano. Com mais de 200 mil habitantes, Palmas ainda serve, turisticamente, apenas como porta de entrada para outros atrativos naturais locais como o Deserto do Jalapão ou a vizinha Taquaruçu. São poucas as atrações locais e basta dar uma volta pela Praça dos Girassóis, no centro da cidade, para o visitante se convencer de que a História ainda permeia a história daquela gente. Considerada uma das maiores praças do País, essa área verde abriga os principais símbolos arquitetônicos de Palmas e possui um piso multicolorido com referências a grupos indígenas do Tocantins, como Apinajé, Khahô e Xambioá. No centro, localiza-se o Palácio Araguaia, uma área de 14 mil m² que abriga a sede dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, o centro geodésico do Brasil e painéis que recontam os principais trechos da história do Brasil e de Tocantins; ao norte, outros órgãos públicos, como a Assembleia Legislativa e o Tribunal de Justiça, a Fonte iluminada, a Praça dos Três Poderes, a Súplica dos Pioneiros e a Cruz do Altar Ecumênico, local onde foi rezada a missa de inauguração da construção de Palmas. Ao sul, o Memorial Coluna Prestes, uma obra do arquiteto Oscar Niemeyer que homenageia a passagem da Coluna Prestes pela região, e o monumento 'Os 18 do Forte de Copacabana', uma referência a um movimento militar de revolta contra o governo da República Velha. No entanto, seu entorno natural rodeado pela Serra do Lajeado, conhecido também como Serra do Carmo, serve de refúgio para amantes da natureza e moradores mais descolados, como Taquaruçu, distrito a 35 km de Palmas. Localizada a sudeste da capital tocantinense, essa região serrana possui 80 cachoeiras catalogadas, embora apenas dez delas estejam abertas para visitação. Rapel, tirolesa, escaladas e caminhadas são algumas das opções para os visitantes que gostam de praticar esportes. De passagem ou para uma visita mais longa, Palmas sempre vai ter alguma história para contar.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

DICAS DE VIAGENS PELO BRASIL - MATO GROSSO DO SUL

PANTANAL Durante a tarde, as tonalidades do céu do Pantanal ficam douradas. Navegar pelos rios caudalosos do Pantanal, como o rio Cuiabá, é a forma clássica de conhecer as belezas naturais do bioma Pantanal é um belíssimo complexo de regiões que abrangem cerrado, chaco e floresta amazônica O "Pantanal" compreende 11 regiões com características próprias dentro da confluência do cerrado, do chaco paraguaio e da região amazônica nos Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, nas fronteiras com Paraguai e Bolívia. O Pantanal Sul abrange dois terços da planície pantaneira: lá estão, por exemplo, a Nhecolândia ou "Paraíso das Águas", as cidades de Miranda e Aquidauana, com grande parte dos serviços de hospedagem e infra-estrutura para turistas, e o Porto Murtinho, das pescarias. As principais portas de acesso ao sul são Campo Grande e Corumbá. No Pantanal Norte, ao sul da capital Cuiabá, os principais destinos são Barão de Melgaço (com savanas e ninhais), Poconé e Cáceres, áreas de acesso difícil devido ao prolongado alagamento. As chuvas ditam as regras da vida pantaneira, multiplicando em variedade e quantidade a beleza da vegetação e dos animais que ali habitam. As aves parecem gigantes, como a tuiuiú (símbolo do Pantanal), cuja altura chega a 1,60 metro, ou a arara-azul e a colhereiro, de quase um metro. As aves mergulham para comer, como gaviões e biguás, ou saem em disparada, como as emas. Algumas, em bandos, exibem-se com as asas abertas nos galhos das árvores, com as penas secando ao sol. Peixes, répteis, anfíbios e mamífero snão ficam atrás no quesito "tamanho GG": sucuris ultrapassam os 4 metros de comprimento, jacarés e lagartos chegam a 2,50 metros. Um único jaú pode pesar cem quilos, para a glória (e o esforço) do pescador que precisa retirá-lo da água. A onça-pintada, um ser solitário e felizmente anti-social, pouco avistado, é o maior felino do continente americano. Num mundo onde o despertador é substituído pelos guinchos dos pássaros e até o físico dos cavalos precisa resistir aos charcos, o turista goza de autonomia apenas relativa. Guias locais são artigos de primeira necessidade, bem como os veículos com tração nas quatro rodas, os transportes aquáticos e os animais que eles disponibilizam nas trilhas, da manhã à noite. Festas populares A Festa de São João de Corumbá se destaca com uma procissão até o cais do rio Paraguai. A Dança dos Mascarados embeleza, com seu colorido figurino, três eventos de Poconé (MT): a Folia dos Mascarados, em fevereiro; a Festa de São Benedito, em julho; e o Festival Folclórico do Pantanal, em agosto. Os movimentos da dança lembram o de uma quadrilha, e os dançarinos, como no teatro grego, são todos homens. Uma comunhão maior com os recursos naturais do Pantanal se realiza nos tradicionais Festival Internacional de Pesca, em Cáceres (MT), em setembro, e no Festival Internacional de Pesca Esportiva, em Corumbá (MS), em outubro. Ambos atraem centenas de participantes, de todos os cantos do Brasil e do exterior.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

DICAS DE VIAGENS PELO BRASIL - MATO GROSSO DO SUL

BONITO Vista da Gruta do Lago Azul, em Bonito Bonito é rica em belezas naturais Rios de águas límpidas repletos de peixes multicoloridos, enormes cachoeiras, grutas, paredões rochosos e mata atlântica são apenas alguns dos encantos de Bonito. Localizada na região da Serra da Bodoquena, a menos de 3 horas de Campo Grande, a pequena cidade sul-mato-grossense oferece inúmeras opções de esportes radicais aos seus visitantes, por isso, prepare-se, por lá só não vale ficar parado. Devido a inúmeros acidentes geológicos, a região ao redor de Bonito tem uma grande concentração de calcário no solo, motivo da supertransparência da água dos rios, as principais atrações turísticas da cidade. As atividades mais cobiçadas por quem visita o local são o mergulho em cavernas com observação da fauna subaquática e a flutuação. Usando roupa especial de neoprene, máscara e snorkel, o visitante se joga em rios como o Da Prata e o Formoso e deixa-se levar por águas calmas e cristalinas, observando peixes nadarem tranquilamente abaixo de seu corpo. Outro passeio que faz sucesso entre os turistas é a visita às grutas ou cavernas de Bonito. Porém, fique atento, nesse caso é preciso mais do que vontade de conhecer, já que experiência e equipamento adequado são obrigatórios, por isso se informe em agências de turismo locais antes de tentar se aventurar. Bonito é um dos grandes destaques no cenário turístico nacional, especialmente quando o assunto é natureza. Desde meados da década de 90, quando adotou um sistema que conseguiu equilibrar visitas e conservação do meio ambiente, a cidade virou um exemplo de turismo sustentável. Por lá, a comunidade se envolve em todos os serviços oferecidos buscando a harmonia na utilização dos recursos naturais, e os turistas são obrigados por lei a pagar taxa de visita e contratar um guia credenciado para passear pelas atrações turísticas locais. Tudo visando a preservação. Além das belezas naturais ao seu redor, a cidade conta com uma boa infra-estrutura com hotéis e pousadas para todos os gostos e bolsos, além de boas opções de restaurantes. O período das chuvas, entre os meses de dezembro e março, é considerado o ideal para uma viagem a Bonito. A temporada, marcada pela abundância de água, eleva o nível dos rios e apresenta cachoeiras caudalosas como nunca. Além disso, a vegetação, ainda mais verde, atrai animais silvestres em busca de alimento, tornando as atrações locais ainda mais atraentes para quem curte natureza. Já entre maio e agosto, os campos ficam mais secos, causando queimadas e afastando a fauna. BALNEÁRIO MUNICIPAL O Balneário Municipal de Bonito permite relaxar curtindo as águas cristalinas do Rio Formoso e ter uma visão nítida da grande quantidade de peixes de cores e de tamanhos diferentes. Dispõe de quadra de vôlei e futebol de areia, lanchonetes, sorvete, locação de churrasqueira e WC, não é necessário guia de turismo local. É necessário contratar o serviço em uma das agências de turismo de Bonito. Serviço O Balneário Municipal de Bonito fica distante 6,4 km do centro da cidade. Os preços variam entre R$ 15 e R$ 20, dependendo da temporada. Não é necessário contratar o serviço em uma das agências de turismo de Bonito. FLUTUAÇÃO NO RIO DA PRATA Prepare-se para conhecer um dos lugares mais bonitos do Brasil. A Flutuação no Rio da Prata é dividida em duas partes. O passeio começa com uma caminhada de 40 minutos. A primeira parte da flutuação tem início na nascente Olho D’Água e vai até uma corredeira. Dali, todos saem da água e caminham 15 minutos até o ponto onde a aventura recomeça (mais 20 minutos). É possível ver cerca de 50 espécies diferentes de peixes e animais aquáticos e até nadar com grandes peixes, como o dourado. No final da flutuação tem-se a opção de continuar nadando por mais 500 m ou finalizar no barco de apoio. Serviço O preço da Flutuação no Rio da Prata varia por temporada, indo de R$ 128 a R$ 180. Menores de 4 anos não podem realizar a flutuação e crianças de 4 a 7 anos podem fazer o reconhecimento e flutuação na área das nascentes, onde é realizado o treinamento. Também é necessário contratar o pacote para o passeio em uma das agências de turismo de Bonito. GRUTA DO LAGO AZUL Descoberta por um índio Terena em 1924, a caverna possui em seu interior um lago azul com dimensões que a tornam uma das maiores cavidades inundadas do planeta. Após uma descida de 100 m, uma trilha em forma de escada bem rústica, depara-se com um lago de águas intensamente azuladas, cuja profundidade estima-se ser de 90m. Com suas formações geológicas - não só o teto como o piso da gruta são repletos de espeleotemas de várias formas e tamanhos - desperta a atenção dos turistas e pesquisadores do mundo inteiro. Ninguém sabe ao certo de onde vêm suas águas, acredita-se na existência de um rio subterrâneo, que alimenta o lago. A Gruta do Lago Azul foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 1978, sendo inscrita em três dos quatro livros do Tombo: o etnográfico, paisagístico e arqueológico. Serviço Para visitar a Gruta do Lago Azul, localizada a 20km do centro de Bonito, é necessário contratar o serviço em uma das agências locais. O valor do passeio varia em torno dos R$ 35. O passeio dura em média 3 horas e é proibida a entrada de crianças de 0 a 5 anos.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

DICAS DE VIAGENS PELO BRASIL - DISTRITO FEDERAL

BRASILIA O Congresso Nacional é famoso pelas duas cúpulas invertidas: do Senado e da Câmara dos Deputados Belezas arquitetônicas e históricas dão o charme à Brasília A capital federal planejada no Planalto Central reserva belezas arquitetônicas históricas e atrações naturais próprias de uma terra rica em nascentes de água mineral. Brasília é um convite para uma viagem pela história da nação das décadas de 1950 e 1960, quando foi construída e fundada. Seus memoriais, prédios, museus e monumentos pontuam cada passo. Três nomes são inevitavelmente mencionados num passeio pela região: Juscelino Kubitschek, o presidente brasileiro fundador da cidade em 1960; Lucio Costa, que projetou o Plano Piloto, eixo urbanístico da cidade em forma de avião; e Oscar Niemeyer, arquiteto que assina os cartões-postais mais emblemáticos, como os prédios do Congresso Nacional, Praça dos Três Poderes e Conjunto Cultural da República. A obra conjunta construída no coração do país resultou num cenário tão peculiar que por vezes provoca em quem a visita a sensação de se estar em um filme futurístico da metade do século 20. Isso porque o Plano Piloto se assemelha a um gigantesco museu a céu aberto, com prédios monumentais de formas atípicas, que são verdadeiras obras de arte. Todos os espaços são vastos e planos. As ruas e calçadas, largas e longas, são difíceis de transpor a pé. As construções têm cores muito claras, com muito concreto. E tudo é abraçado de norte a sul pelo Lago Paranoá, em forma de pássaro, criado artificialmente para umedecer o ar seco de quem respira as principais decisões do país. O contraste a tudo isso está na natureza que entrecorta a cidade. No Parque da Cidade, o verde quebra a rotina de concreto. E no Parque Nacional, água mineral forma piscinas de fontes naturais e o verde se fecha em uma grande mata, dando uma amostra da riqueza natural que seus arredores guardam. Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha Palco de estreia da Copa das Confederações em junho de 2013, o Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha foi reinaugurado em maio do mesmo ano. Sua localização favorece o torcedor: fica na Asa Norte, a apenas 1 km do setor hoteleiro Norte. Com investimento final de R$ 1,2 bilhão, a arena ganhou área social de passeio e lazer com 40 bares, 14 lanchonetes e dois restaurantes. Tem capacidade para 72 mil torcedores em assentos vermelhos retráteis e marcados e área construída de 218 mil Supremo Tribunal Federal Uma mulher sentada de olhos vendados, petrificada na escultura "A Justiça", de Alfredo Ceschiatti, avisa o visitante que ele está diante do belíssimo prédio do Supremo Tribunal Federal. Causa assombro a aparente delicadeza com que o teto de concreto foi disposto sobre colunas brancas pontiagudas. À noite, luzes e transparências realçam a cor branca. O STF guarda um museu trazido do Rio de Janeiro, com peças do século 19, e promove visitas guiadas aos sábados e domingos, das 10h às 15h30. São gratuitas: basta se apresentar ao cerimonial e aguardar a formação do grupo, que percorrerá espaços como o gabinete do presidente do STF, o Salão Nobre, o plenário das decisões judiciais que dizem respeito à vida de todos os brasileiros. http://imguol.com/c/entretenimento/2013/06/07/o-palacio-do-planalto-sede-do-poder-executivo-pode-ser-visitado-aos-domingos-ou-admirado-a-distancia-aproveitando-a-movimentacao-colorida-das-trocas-da-guarda-1370648809447_615x300.jpg

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

DICAS DE VIAGENS PELO BRASIL - ACRE

RIO BRANCO Vista aérea do Mercado Velho e o pôr-do-sol no rio Acre, em Rio Branco A Amazônia se revela em Rio Branco, por meio de um povo em sintonia com a floresta Em 1882, um arbusto de uma árvore conhecida como gameleira chamou a atenção de um explorador cearense que subia o rio Acre, levando-o a abrir ali mesmo um seringal chamado Volta da Empresa. Mais de um século depois, a centenária árvore, com mais 20 metros de altura e 2,5 metros de diâmetro, permanece intacta e marca o exato lugar onde nasceu Rio Branco, a capital do Acre. Apesar de destino pouco procurado pelos turistas, a cidade tem muito a oferecer. Nos últimos anos, governo e instituições privadas têm investido na revitalização das suas construções históricas, na criação de novos espaços de lazer e cultura e na valorização do saber tradicional da sua gente, que convive com a maior floresta tropical do mundo, a amazônica. Visitar a capital acreana significa conhecer episódios importantes da história do norte do Brasil: a selva desbravada por valentes nordestinos nos tempos áureos da extração da borracha, a saga de um povo que lutou para ser brasileiro e o sonho de Chico Mendes (1944-1988), um líder assassinado em nome da luta pela conservação do meio ambiente e pela união dos povos da floresta. Cortado pelo rio Acre, a cidade tem seu centro dividido em duas partes, denominadas primeiro e segundo distritos. À margem direita, estão as primeiras construções, depois que o seringal virou povoado, e nela se estabeleceu o comércio que serviu para abastecer as embarcações que transportavam o "ouro negro", no início do século passado. A antiga área portuária, conhecida hoje como calçadão da Gameleira, foi reurbanizada, e seus casarões transformados em bares, restaurantes e centros culturais, tornando-se o principal ponto de encontro das noites quentes da cidade. Do outro lado do rio, o Mercado Velho é outra atração que faz parte do projeto de restauração dos espaços históricos. O acreano tem orgulho da sua história, que começa em 1895 quando uma comissão demarcatória definiu os limites entre Brasil e Bolívia. Determinou-se que a Bolívia ficaria com uma região rica em látex, na época ocupada por brasileiros. O governo boliviano pretendia expulsar a população e entregar o território às poderosas empresas estrangeiras que exploravam a borracha. O desejo da elite regional de incorporar essas terras ao Brasil desencadeou conflitos armados conhecidos como Revolução Acreana, que resultou na criação do Estado Independente do Acre, em 1903. O nome da cidade é uma homenagem ao diplomata Barão do Rio Branco, que teve papel fundamental nesse processo. O território permaneceu nessa condição política até a sua elevação a federação brasileira, em 1962. Para conhecer os detalhes dessa história, o Memorial dos Autonomistas reúne um acervo de fotos, esculturas e quadros sobre esse período de revoltas. Quando se fala em Acre a primeira ideia que vem a cabeça é a luta do seringueiro e ativista ambiental Chico Mendes (leia a biografia). Vale se deslocar até a cidade do líder, Xapuri (a 188 km da capital), para conhecer a sua casa, que, apesar de ter passado por uma reforma, preserva as suas características originais. Mas a história do Acre não se resume à exploração da seringa. Muito antes de o território ser ocupado por seringueiros cearenses e comerciantes sírio-libaneses, o lugar era habitado pelos povos indígenas. Inclusive, o nome do Estado surgiu da tradução da palavra aquiri, que significa "rio dos jacarés" na língua nativa dos índios apurinãs, um dos grupos originais da região. A Biblioteca da Floresta Ministra Marina Silva tem, entre seus objetivos, preservar a memória cultural desses povos. Para entrar de cabeça, agências locais também oferecem roteiros até algumas comunidades. A população de Rio Branco, que tem cerca de 300 mil habitantes, é resultado da mistura de índios, nordestinos, negros e árabes. E, apesar da mescla, cultiva um profundo sentimento de identidade cultural, que é chamado pelo próprio povo de "acreanidade". Outro termo surgido no Acre é a florestania, união das palavras "floresta" e "cidadania" e que serve para descrever as diversas formas de se viver na Amazônia. Uma expressão muito forte dentro desses dois conceitos é o Santo Daime, uma religião nascida na floresta do Acre. A capital mais ocidental do país também é a porta de entrada para a integração com os vizinhos andinos Bolívia e Peru. Com a construção da rodovia Interoceânica, que liga Rio Branco à cidade inca de Cusco, no Peru, a Secretaria de Turismo do Estado resolveu promover o roteiro Caminhos do Pacífico, que convida o visitante a desfrutar de uma viagem com uma paisagem única: a transição entre a Amazônia e os Andes. Rio Branco representa um pedaço do Brasil ainda desconhecido. De tão distante, o dicionário "Aurélio" um dia usou a expressão "ir para o Acre" como sinônimo do verbo morrer. Mal sabia Aurélio que o lugar significa vida: 90% das florestas, rios e lagos do Estado estão preservados e alguns pesquisadores afirmaram que a área concentra a maior biodiversidade do planeta. Para acabar com esse mal entendido, o povo da floresta convida a todos a conhecer como se vive em harmonia com a natureza. PRAÇA DOS POVOS DA FLORESTA A praça é uma homenagem a todos os seringueiros, castanheiros, índios e ribeirinhos, os habitantes da imensa floresta amazônica. Quem vai a Rio Branco tem que tirar uma foto com uma estátua em tamanho natural do líder seringueiro Chico Mendes conduzindo uma criança, confeccionada em argila e bronze. PARQUE DA MATERNIDADE Inaugurado em 2002 para a construção de um canal hidráulico, já se transformou no lugar mais procurado pelos habitantes de Rio Branco nos seus momentos de lazer. São seis quilômetros de área verde e entretenimento que cortam o centro da cidade, com atrações para todos os gostos e idades: ciclovia, quadras de esporte, playground, pista de skate e de cooper, bares, anfiteatro, praças, restaurantes com comidas típicas e lanchonetes. A Casa dos Povos da Floresta reúne um acervo de documentos e objetos da cultura indígena acreana. Já a Casa do Artesão, uma variada oferta de artesanato. Não deixe de tirar pelo menos duas horas para desfrutar deste belo parque. MERCADO VELHO NOVO Construído em 1929, foi uma das principais construções em alvenaria da época. Passou por uma obra de revitalização que resgatou a importância do espaço e o transformou em um belo cartão-postal da cidade (e passou a ter a palavra "novo" em seu nome). O projeto beneficiou os antigos comerciantes, muitos com 40 anos de atuação no local, que foram mantidos em suas vendas, armarinhos, lojas de ervas medicinais, bancas de artesanato e casas de produtos religiosos. Pensões servem uma comida boa e barata na hora do almoço e pequenas lanchonetes um lanche rápido durante a tarde. O café do Mercado é uma ótima opção para um happy hour com vista para o rio Acre. Uma foto com as estátuas em frente ao prédio, que representam os típicos acreanos, tem de estar no álbum dos turistas que passam pela cidade.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

DICAS DE VIAGENS PELO BRASIL - ESPÍRITO SANTO

VITÓRIA À esquerda, ilha de Vitória e Terceira Ponte, vistas desde mirante no Convento da Penha, em Vila Velha, e o embutido socol, típico das montanhas capixabas, pendurado no teto para maturação Construções históricas e gastronomia são destaques de Vitória Capital localizada em arquipélago, Vitória esbanja recortes em sua geografia. Montanhas, costões, praias, pontes de várias épocas ligando ilhas e ilhotas. Quem chega ou parte da capital capixaba de avião ganha na janelinha o presente de uma paisagem surpreendente, azul, verde e cinza, cheia de curvas. Vitória foi fundada em 1551, o que a torna uma das cidades mais antigas do país. Antes, a sede da capitania do Espírito Santo foi Vila Velha, cidade vizinha e atualmente mais populosa do que a capital, que há décadas divide com Vitória as principais atrações da região costeira. Quem viaja a lazer encontra na gastronomia, nas áreas ao ar livre e nas construções históricas das duas cidades os melhores programas. A cidade vizinha tem praias que os moradores da capital gostam de frequentar, por serem mais tranquilas e mais limpas. A região também mantém conservado um dos mais antigos santuários do país, o Convento da Penha, cuja inauguração data de 1558. PALÁCIO ANCHIETA Sede do governo do Estado, é uma das edificações mais imponentes da Cidade Alta. O nome tem origem nos construtores originais, os jesuítas do século 16. Nos jardins da frente, próximos da avenida, uma pequena escultura chama a atenção para a figura curvada de José de Anchieta, representado em suas longas caminhadas entre Vitória e o sul do Estado. A escadaria Bárbara Lindemberg liga a Cidade Alta à Cidade Baixa. MUSEU DA VALE Em Vila Velha, cidade vizinha a Vitória. No prédio restaurado de uma antiga estação ferroviária, a Fundação Vale do Rio Doce preserva a memória da Estrada de Ferro Vitória a Minas. No acervo estão expostos equipamentos como antigas placas de sinalização, telefones de manivela, réguas matisa (que medem o desgaste dos trilhos), quepes de agentes e foguistas e fotos impressionantes do contato dos desbravadores das ferrovias com os povos indígenas, no começo do século 20. No segundo andar, uma sala abriga a maquete gigante projetada pela Associação Mineira de Ferromodelismo. Duas locomotivas em miniatura percorrem 101 metros de trilhos em meio a dezenas de casas, pontes, igrejas, portos e desfiladeiros. Para as crianças, difícil é resistir ao impulso de tocar no brinquedo gigante. Ao lado, um painel interativo descreve a extração do minério de ferro da terra por meio de detonação, seu carregamento e processamento em usinas. Tudo em linguagem para os visitantes mirins: "Se você não sabe o que é sílica, tudo bem..." No térreo, duas atrações do passeio: uma locomotiva a vapor fabricada na Filadélfia, adquirida nos anos 40, e um vagão-restaurante especializado em risotos, com carta de vinhos sul-americanos. Associação das Paneleiras de Goiabeiras Panelas negras reluzentes, pequeninas ou grandes, em que cabem desde um bombom até moquecas para seis pessoas, são uma das marcas da cultura capixaba. Na Associação é possível acompanhar os artesãos nas várias etapas do processo: modelagem, secagem, queima e açoite. As mãos dão forma a caçarolas, bules, tampas, e as peças são queimadas com a ajuda do vento, em fogueiras ao ar livre, para ao final receberem uma tintura de tanino a vassouradas (o açoite). De origem indígena, o ofício que produz esta cerâmica em argila queimada recebeu o título de patrimônio imaterial do Brasil.